segunda-feira, 4 de novembro de 2013

A industrialização no Brasil

 A industrialização promoveu a integração do espaço nacional, pois haviam áreas relativamente independentes e sem integração umas com as outras e voltadas sobretudo para o mercado europeu. As áreas eram a cana da Zona da Mata, o tabaco de Salvador, o ouro de Minas Gerais, a borracha da Amazônia e o café do Sudeste.

No século XIX, a industrialização do país era fraca, em razão de vários fatores, como o domínio econômico da aristocracia rural agroexportadora e das relações escravagistas de trabalho. O escravo atrapalhava a industrialização, pois não participava do mercado consumidor, já que não recebia rendimentos, além do que não poderia ser demitido numa crise ou contratado numa fase de expansão. Observe, pela tabela a seguir, a "tímida" industrialização.
 

 
 
 A cafeicultura foi básica para a industrialização do país, pois foi com os capitais gerados pelas exportações do café que se adquiriram as primeiras máquinas para as indústrias. Os imigrantes, atraídos pelo café, também contribuíram para o processo ampliando o mercado interno de consumo, além de formar uma importante mão-de-obra operária para a indústria nascente. A cafeicultura desenvolveu o transporte ferroviário, sobretudo em São Paulo, direcionado ao porto de Santos, objetivando o mercado externo. Essa infra-estrutura também foi aproveitada pela indústria, que era caracterizada pelos setores de alimentação e têxtil.

A industrialização nacional começou com a indústria leve ou de bens de consumo não-duráveis, não ocorrendo a implantação de indústria de bens de produção, exigindo a importação de máquinas, aumentando a dependência tecnológica em relação aos países ricos. Essas indústrias exigiam baixo investimento de capital e atendiam às necessidades imediatas da população. Em suma, a nossa industrialização inicial ficou conhecida por tardia, pois os países centrais já estavam bem avançados, o que garantia a hegemonia mundial.
 
 

O Governo de Getúlio Vargas

 
A industrialização brasileira iniciou-se no século XIX, sem apoio do Estado, uma vez que não existia uma clara política estatal para o setor, apesar de em 1930, o Estado assumir a industrialização. Os fatores eram positivos, como o êxodo rural gerado pela crise na cafeicultura, aumentando a classe operária e o próprio mercado consumidor; a redução das importações, devido à crise mundial de 1929; a substituição dessas importações, devido à Segunda Guerra Mundial.
Junto a esses fatores, Getúlio Vargas adotou uma política nacionalista calcada num desenvolvimento autônomo com base industrial, fato exemplificado pela criação da Companhia Siderúrgica Nacional, da Companhia Vale do Rio Doce e da Petrobrás.



O Governo Juscelino Kubitschek

Este governo, de 1956 a 1961, adotou uma política desenvolvimentista, baseada numa maior intervenção do Estado na economia e no desenvolvimento industrial dependente de capitais e tecnologia estrangeiros. Nesse contexto, foi lançado o Plano de Metas. O plano foi marcado pela invasão de multinacionais e pelo desenvolvimento da infra-estrutura, notadamente rodovias e hidrelétricas, com capital estatal e a entrada do capital estrangeiro. Esse capital impulsionou as indústrias de bens de consumo duráveis, principalmente automóveis e eletrodomésticos, e aumentou o consumo dos derivados de petróleo.
Em suma, o Plano de Metas assentava-se num tripé: capital estrangeiro, capital nacional e a indústria de base, com preocupação quanto à expansão da rede de transportes rodoviários e à produção de energia hidrelétrica. 



O Milagre Econômico (1967-1973)

A partir de 1967, retomou-se o processo de desenvolvimento, graças à conjuntura favorável no plano internacional, que contava com um excesso de liquidez, ou seja, dólares à procura de aplicação. Aproveitando a situação, o ministro Delfim Netto lançou o plano de combate à inflação, assentado em duas bases: o endividamento externo para a obtenção da tecnologia estrangeira e a concentração da renda para criar um mercado consumidor. Esse plano garantiu um crescimento econômico, mas condenou o mercado a se desenvolver de uma forma distorcida, aumentando as desigualdades sociais.
Outro lado negativo foi a perda da soberania nacional, em razão da dominação da nossa economia pelas multinacionais. O país cresceu economicamente 10% ao ano (PIB) e transformou-se na oitava economia do mundo capitalista, mas ganhou vários problemas, como dívida externa (1964: 2,5 bilhões de dólares; 1978: 40 bilhões) e o título negativo de campeão das desigualdades sociais.
O "milagre" ocorreu no Regime Militar (1964-85), marcado pela grande influência do Estado tanto na regulação da economia como também na atitude econômica. Um bom exemplo industrial organizado pelo Estado foi a criação da Suframa, a Superintendência da Zona Franca de Manaus, em 1968, atrelada à Sudam. Ela vendia terrenos para as fábricas a preços simbólicos, com incentivos à exportação e à importação, bem como isenções de impostos, como o IPI e o ICMS.
 

O Pós-1985

A década de 1980 ficou conhecida como a década perdida e foi caracterizada pela recessão, inflação, retração da atividade industrial e desemprego, gerados por uma economia estagnada após o segundo choque do petróleo de 1979. Nesse contexto, vários setores da sociedade apontavam o fim do Regime Militar, como "saída" para a crise, mas os problemas continuaram (como a inflação elevada) com os governos civis no poder, fato que comprometeu a nossa industrialização.
A década de 1990 é marcada pela implementação do modelo político-econômico neoliberal na administração pública federal, onde surgem as ondas de privatizações de nossas estatais. Período em que há um processo de desregulamentação da economia por meio da flexibilização das leis trabalhistas, maior abertura do mercado nacional para produtos, capitais e serviços internacionais, além da redução de investimentos em setores sociais e criação de agências reguladoras.
A onda de desconcentração espacial das indústrias que já vinha sendo registrada desde a década de 1970 sofre um efeito catalisador a partir desse período, por meio da chamada Guerra Fiscal, em que cidades em vários pontos do Brasil oferecem incentivos, e até mesmo renúncias fiscais e financiamento do parque industrial de  empresas, no intuito de hospedar empreendimentos.

 

Um comentário:

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